Tinha jurado a mim mesma que não falava disto, mas a carne é fraca...
1 ângulo (espero que recto) do "caso do Carolina Michaelis"
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A peça que a SIC mostrou ontem dia 20, até à exaustão, sobre o "caso Carolina Michaelis" era uma boa m… confundia tudo…inclusivé incluía “testemunhos” de um caso passado em 2007 sem que a linha divisória dos dois acontecimentos fosse clara…Aliás, o modo voraz e superficial como a comunicação social em geral tratou este caso só se compreende no actual estado da comunicação social nacional e, provavelmente, pela sugestão do período em que estamos…Acresce que, os especialistas chamados a pronunciar-se sobre a matéria, na maioria dos casos são sempre os mesmos e fazem quase a mesma figura que todos os que, nunca tendo estudado uma linha sobre o assunto, falam dele com o atrevimento da ignorância: Vem a senhora amorosa que se pronuncia sempre que há assuntos com infantes e juvenis (saberá de tudo?) e claro, enuncia princípios gerais generosos, mas nada específicos para o problema em causa; vem outra senhora, mais jovem, que deve ter sido detectada no google numa busca da última tese de mestrado ou do último projecto de doutoramento aprovado em ciências da educação, debitar duas ou três citações académicas completamente cruas, que tenta legitimar com nomes (conceitos, vá lá) importados dos “Isteites” (como se estes problemas fossem os mesmos de lá…bullying e tal…continuem com isso e perpetuem esta maneira (só) estrangeirada de tratar das nossas questões da educação, que tanto mal tem causado); vêm todos os que, à sua maneira, seguem a teoria da Manuela Ferreira Leite, quando procurou publicamente justificar as suas qualificações para Ministra da Educação: já foram estudantes logo conhecem a escola e têm filhos na escola (ou filhos de amigos e familiares) logo são especialistas... e falam do assunto com tanta segurança que parece que nunca reflectiram sobre outra coisa na vida… E andamos nisto…O episódio que vimos tem atrás uma história que nos escapa, mas ... que só pode ser de tensões não resolvidas ...este episódio não "caíu" do céu...Em Portugal há palavras para nomear o que o episódio revela (entre outras coisas): falta gritante de educação da aluna (a aluna é isso mesmo...malcriada), falta de competência da professora para gerir a disciplina na sala de aula, má organização da escola que, possivelmente, não defeniu regulamentos claros de convivência pedagógica (nomeadamente quanto à utilização de telemóveis)... e as respectivas consequências do incumprimento.Perpassa o discurso uma confusão conceptual (tão grande) acerca da natureza da relação pedagógica, das suas características estruturantes e dos vários níveis que a condicionam que… mas isso levar-nos-ia, agora, muito longe…Como é que um “sistema” que permite estas vergonhas não precisa, urgentemente, como de pão para a boca, de ser reformado?Ah! e não arrastem este caso para a gaveta da violência na escola. Este caso é um caso de indisciplina grave, com atitudes muito violentas, mas é da gaveta da (in)disciplina... outra distinção que dá pano para mangas...Pergunta inocente: Oh sr. Nogueira, este assunto não mereceria um comentário seu muito específico, digno de quem domina as questões da educação e da escola? É que, quem "ajunta" 100mil tão convencido, fica com muito mais responsabilidades... ai fica fica ...acho eu, aqui deste meu canto...
http://okayempatins.blogspot.com/
domingo, 23 de março de 2008
Miguel Torga

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(Dezoito asas rumorosas...)
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O primeiro bando de perdizes roncou, e tirou-lhe duas.
No meio do silêncio contido, que a cada momento ameaçava romper-se, o cão parado, a espingarda em meia pontaria, os pés fincados no chão mas tensos como molas, uma gota misteriosa caiu no copo e fê-lo transbordar.
Dezoito asas rumorosas ergueram-se do carqueijal, o Nilo saltou, os tiros partiram, e resultou daquela explosão de força o aniquilamento inevitável de dois seres.
Tudo certo e perfeito.
O catastrófico, o absurdo, fora a continuação da inércia.
A verdadeira morte seria a vida parada, cada respiração a encolher-se, cautelosa.
Assim é que o caçador se sentiria criminoso, o perdigueiro fera, as perdizes vítimas.
- MIGUEL TORGA, Vindima, XIV, princípio.
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O primeiro bando de perdizes roncou, e tirou-lhe duas.
No meio do silêncio contido, que a cada momento ameaçava romper-se, o cão parado, a espingarda em meia pontaria, os pés fincados no chão mas tensos como molas, uma gota misteriosa caiu no copo e fê-lo transbordar.
Dezoito asas rumorosas ergueram-se do carqueijal, o Nilo saltou, os tiros partiram, e resultou daquela explosão de força o aniquilamento inevitável de dois seres.
Tudo certo e perfeito.
O catastrófico, o absurdo, fora a continuação da inércia.
A verdadeira morte seria a vida parada, cada respiração a encolher-se, cautelosa.
Assim é que o caçador se sentiria criminoso, o perdigueiro fera, as perdizes vítimas.
- MIGUEL TORGA, Vindima, XIV, princípio.
Fotografia : Corvo,Abril de 2006
(Rua-das-Pretas)
sexta-feira, 21 de março de 2008
Dia Mundial da Poesia
Era uma rosa
era uma flor
a acontecer dentro de mim
era uma asa
era um jardim
era o amor era o amor
a acontecer
dentro de mim.
Era a alegria a juventude
de uma alma nova
de um corpo aceso
um novo dia
um céu ileso
era uma trova
um alaúde
era a poesia
era a saúde.
Era a aventura
era a descoberta
de uma ternura
que se incendeia
era uma cama
a porta aberta
a mesa farta
a casa cheia.
Era uma chama
era uma ideia.
Era o amor
amor perfeito
cama da vida
onde me deito
era o momento
de conjugar
o verbo ser
o verbo amar
era nascer
dar e cantar!
José Carlos Ary dos Santos –As palavras das cantigas ,edições Avante p. 91 e 92
quinta-feira, 6 de março de 2008
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
MUSICAS DE SEMPRE
Pink Floyd - Another Brick in the Wall
The Moody Blues - Nights in White satin´67
The House Of The Rising Sun
Brothers in Arms - Dire Straits
Streets of fireFire Inc. - Nowhere Fast
Fotografia - Os meus discos de vinil janeiro 2008
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
A PRIMEIRA NOITE
Foi o filme que até hoje mais vezes aassisti "A Primeira Noite " vi-o a primeira vez no início dos anos 70 ,no agora renovado Teatro Ribeiro da Conceição em Lamego, sem dúvida, um dos melhores filmes produzidos nos anos 60. Realizado pelo cineasta Mike Nichols.
No elenco, Anne Bancroft, Dustin Hoffman e Katharine Ross dão um verdadeiro show de interpretação.
Foi a banda sonora, com várias músicas de Simon & Garfunkel, onde se destaca "The Sounds of Silence" (que abre e fecha o filme), é simplesmente maravilhosa, que contribuíu para que o visionassse vezes sem conta.
A bela fotografia, assinada´por Robert Surtees, é um outro ponto alto do filme.
Enfim, "A Primeira Noite " tem todos os ingredientes presentes num grande filme, o que o torna em minha opinião imperdível.
http://www.youtube.com/watch?v=9hUy9ePyo6Q
No elenco, Anne Bancroft, Dustin Hoffman e Katharine Ross dão um verdadeiro show de interpretação.
Foi a banda sonora, com várias músicas de Simon & Garfunkel, onde se destaca "The Sounds of Silence" (que abre e fecha o filme), é simplesmente maravilhosa, que contribuíu para que o visionassse vezes sem conta.
A bela fotografia, assinada´por Robert Surtees, é um outro ponto alto do filme.
Enfim, "A Primeira Noite " tem todos os ingredientes presentes num grande filme, o que o torna em minha opinião imperdível.
http://www.youtube.com/watch?v=9hUy9ePyo6Q
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Operação Nariz Vermelho
Sorrisos no hospital
Nos corredores há sorrisos, gargalhadas, palmas. Nos quartos há música e silêncio. Há máquinas ligadas, pinturas nas paredes. Três "doutores" de nariz vermelho conhecem a pediatria do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, no Porto, como a palma das mãos. Respeitam o espaço e os humores de cada um. Todas as semanas tentam levar um mundo diferente.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/203349
Nos corredores há sorrisos, gargalhadas, palmas. Nos quartos há música e silêncio. Há máquinas ligadas, pinturas nas paredes. Três "doutores" de nariz vermelho conhecem a pediatria do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, no Porto, como a palma das mãos. Respeitam o espaço e os humores de cada um. Todas as semanas tentam levar um mundo diferente.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/203349
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Falar do tempo
Fala-se do tempo,
Quando não há assunto
Ou então fala-se do tempo,
Ou então fala-se do tempo,
Quando já é realidade distante,
Momento presente, ou futuro que virá.
Falar do tempo
É recordar, é chafurdar no passado, é tentar adivinhar o futuro.
Há contudo um tempo, que urge aproveitar,
Porque ele vem, vai, mas não volta, corre desenfreado,
E quando o procuramos, já o não achamos.
Concluímos, apressadamente então que é tempo.
De viver, de amar, até mesmo de errar,
E se restar tempo
Viveremos, sonhos, Fantasias, Lutas por nobres ideais.
Por vezes apetece recuar no tempo,
E logo vêm à tona alegrias passadas
Ou frustrações recalcadas,
Que gostaríamos de, ou não repetir
No presente ou no futuro
Se houver tempo.
Mas, o tempo é irreverente, de tão perto fica distante,
E de repente,
Já não somos do outro tempo, nem mesmo já deste tempo.
Em veloz correria, passou com rapidez tal
Que o hoje já é longínquo
Mas o tempo, indiferente
Continua a passar, consciente
Que ninguém o pode agarrar.
As minhas escritas , Barreiro , Novembro de 1999
Momento presente, ou futuro que virá.
Falar do tempo
É recordar, é chafurdar no passado, é tentar adivinhar o futuro.
Há contudo um tempo, que urge aproveitar,
Porque ele vem, vai, mas não volta, corre desenfreado,
E quando o procuramos, já o não achamos.
Concluímos, apressadamente então que é tempo.
De viver, de amar, até mesmo de errar,
E se restar tempo
Viveremos, sonhos, Fantasias, Lutas por nobres ideais.
Por vezes apetece recuar no tempo,
E logo vêm à tona alegrias passadas
Ou frustrações recalcadas,
Que gostaríamos de, ou não repetir
No presente ou no futuro
Se houver tempo.
Mas, o tempo é irreverente, de tão perto fica distante,
E de repente,
Já não somos do outro tempo, nem mesmo já deste tempo.
Em veloz correria, passou com rapidez tal
Que o hoje já é longínquo
Mas o tempo, indiferente
Continua a passar, consciente
Que ninguém o pode agarrar.
As minhas escritas , Barreiro , Novembro de 1999
http://www.youtube.com/watch?v=3uNyPefjS88
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A vida da Aldeia
- Os salpicões ficaram salgados.
A correcção apenas se poderá fazer no ano seguinte.
Cada semente que a mão lança à terra, cada árvore enxertada, cada lagar de vinho, prendem o homem a um pelourinho de expiação de doze meses. Desde que haja engano numa realização, só na próxima sementeira, época ou colheita se poderá retomar a liberdade, para de novo semear, enxertar e pisar – e apagar da própria lembrança e da dos vizinhos o erro vital cometido.
Miguel Torga, in “Diário IV “– 4ª edição, pág. 142
Beirós, Setembro 2007
domingo, 10 de fevereiro de 2008
PARABÉNS TIO ACÁCIO...
Sinto que fazer anos é correr
Na veloz caminhada que conduz
Ao portal negrejante,de tremer...
Onde se apaga deste mundo a luz.
xxxxx
Mas essa caminhada tem segredos
Que,alegres,nos propomos desvendar
Sempre que nos sorriem sonhos ledos,
Quando fazemos anos a sonhar.
xx
Portanto ,vale a pena fazer anos,
Pois tem-se o grato arrolo da esperança,
Mesmo que vão surgindo desenganos.
xx
É com o fazer anos que nos vem
Toda a felicidade da pujança
E o renovar de amor que a vida tem.
xx
Fotografia - Capa do livro um CANTO DO MONTEMURO
FAZER ANOS in UM CANTO DO MONTEMURO de Acácio de Almeida
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Enfermagem !!

Mil e umas razões encontraria para justificar o porquê de um dia ter eleito a Enfermagem como a minha profissão.
O vídeo abaixo indicado,(youtube) isenta-me desse trabalho ,pois permite transmitir com clareza ,,passados trinta anos ,manter a convicção que fiz a escolha certa,mesmo quando alguns pensam que poderia ter optado por outra profissão ,na área da saúde.
O vídeo abaixo indicado,(youtube) isenta-me desse trabalho ,pois permite transmitir com clareza ,,passados trinta anos ,manter a convicção que fiz a escolha certa,mesmo quando alguns pensam que poderia ter optado por outra profissão ,na área da saúde.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Casas de Parto à espera para nascer
As casas de parto, um meio-termo entre o domicílio e o hospital, são uma opção para quem deseja um parto natural e, como em Portugal não existe nenhuma, já há parteiras espanholas interessadas em abrir a primeira, escreve a Lusa.
Fundador da Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras (APEO), Vítor Varela, que esteve em Novembro em Berlim - «onde existem cerca de oito casas de parto, todas ao pé de maternidades» - lamenta que a realidade nacional seja «tão diferente».
«Em Portugal não existem casas de parto e a lei diz que o nascimento deve ocorrer em ambiente hospitalar», declarou, revelando que, todavia, «várias parteiras espanholas e algumas holandesas» já o sondaram sobre o assunto, tendo as espanholas perguntado mesmo «qual a viabilidade de montar uma no país».
Actualmente a trabalhar no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, Vítor Varela afirmou que, em Portugal, «a formação dos enfermeiros obstetras não é devidamente aproveitada».
«Aqui vivemos o modelo médico, em que não é reconhecida a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros obstetras, ou parteiros, apesar de estes serem abrangidos por uma directiva comunitária».
«Se uma mulher quiser ter um filho em casa, pode escolher uma parteira ou parteiro da sua confiança, mas este não tem protecção legal caso algo corra mal, pelo que muitos recusam fazê-lo independentemente de terem competência para isso», afirmou o ex-dirigente da APEO.
«Em Portugal, deixou de haver o verdadeiro cuidado pré-natal, aquele que mantém a futura mãe informada», criticou o enfermeiro, exemplificando que, «enquanto em Berlim as grávidas são analisadas caso a caso, no nosso país ainda há centros de saúde sem enfermeiras especializadas em saúde materna".
«A política de saúde tem de incluir estas pessoas, até porque a sua formação custa caro ao Estado português e depois não é aproveitada», sublinhou, concluindo que, neste caso, «perde a pessoa que se formou, perde a grávida, que podia desfrutar de outro acompanhamento, e perde o país».
Fundador da Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras (APEO), Vítor Varela, que esteve em Novembro em Berlim - «onde existem cerca de oito casas de parto, todas ao pé de maternidades» - lamenta que a realidade nacional seja «tão diferente».
«Em Portugal não existem casas de parto e a lei diz que o nascimento deve ocorrer em ambiente hospitalar», declarou, revelando que, todavia, «várias parteiras espanholas e algumas holandesas» já o sondaram sobre o assunto, tendo as espanholas perguntado mesmo «qual a viabilidade de montar uma no país».
Actualmente a trabalhar no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, Vítor Varela afirmou que, em Portugal, «a formação dos enfermeiros obstetras não é devidamente aproveitada».
«Aqui vivemos o modelo médico, em que não é reconhecida a qualificação e a responsabilidade dos enfermeiros obstetras, ou parteiros, apesar de estes serem abrangidos por uma directiva comunitária».
«Se uma mulher quiser ter um filho em casa, pode escolher uma parteira ou parteiro da sua confiança, mas este não tem protecção legal caso algo corra mal, pelo que muitos recusam fazê-lo independentemente de terem competência para isso», afirmou o ex-dirigente da APEO.
«Em Portugal, deixou de haver o verdadeiro cuidado pré-natal, aquele que mantém a futura mãe informada», criticou o enfermeiro, exemplificando que, «enquanto em Berlim as grávidas são analisadas caso a caso, no nosso país ainda há centros de saúde sem enfermeiras especializadas em saúde materna".
«A política de saúde tem de incluir estas pessoas, até porque a sua formação custa caro ao Estado português e depois não é aproveitada», sublinhou, concluindo que, neste caso, «perde a pessoa que se formou, perde a grávida, que podia desfrutar de outro acompanhamento, e perde o país».
2008/01/31 12:35Helena de Sousa Freitas da Agência Lusa
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
ENTRUDO

Coimbra 17 de Fevereirode 1953 - Entrudo. Um dreno social, que apesar de contrariado vai funcionando. Quando perla manhã fazia a visita quotidiana às livrarias, a primeira coisa que vi foi um sujeito, habitualmente pacato, eu guiava o seu automóvel ostentando uns enormes bigodes postiços. E gostei que aquele pobre cidadão recalcado tivesse a oportunidade de uma façanha de que não seria capaz noutra ocasião.
Mora dentro de nós um bobo açaimado. Um infeliz corcunda, grotesco, andrógino, que o espartilho das convenções obriga a seguir direito elegante, másculo, sob pena de descrédito e de prisão. Mas como tudo tem seus limites, até o fingimento, o diabo, em boa hora, apiedou-se de nós. E deu-nos o Carnaval este alivio, este feriado moral, esta inversão dos códigos. A grande maioria da humanidade, contudo, não consegue esperar pelo dia da licença. Sem poder suportar aos ombros o carrego de doze meses de virtudes obrigatórias, vai-se disfarçando pelo ano adiante com as variadas mascaras que as circunstancias permitem. E temos a multiplicidade de dominós conhecidos. De toga, de farda, de capa e batina, de borla e capelo, de sobrepliz ou de bata, o homem sente-se protegido por uma cobertura que lhe esconde a solidão e o realça na corporação. Que o desindividualiza, em suma. E eis-nos diariamente numa representação consentida, obrigatória até, caracterizados pela mão hábil e previdente das próprias instituições.
Miguel Torga, Diário VI in 3ª Ed Coimbra, 172
Mora dentro de nós um bobo açaimado. Um infeliz corcunda, grotesco, andrógino, que o espartilho das convenções obriga a seguir direito elegante, másculo, sob pena de descrédito e de prisão. Mas como tudo tem seus limites, até o fingimento, o diabo, em boa hora, apiedou-se de nós. E deu-nos o Carnaval este alivio, este feriado moral, esta inversão dos códigos. A grande maioria da humanidade, contudo, não consegue esperar pelo dia da licença. Sem poder suportar aos ombros o carrego de doze meses de virtudes obrigatórias, vai-se disfarçando pelo ano adiante com as variadas mascaras que as circunstancias permitem. E temos a multiplicidade de dominós conhecidos. De toga, de farda, de capa e batina, de borla e capelo, de sobrepliz ou de bata, o homem sente-se protegido por uma cobertura que lhe esconde a solidão e o realça na corporação. Que o desindividualiza, em suma. E eis-nos diariamente numa representação consentida, obrigatória até, caracterizados pela mão hábil e previdente das próprias instituições.
Miguel Torga, Diário VI in 3ª Ed Coimbra, 172
Imagem- Carnaval de Lazarim
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
O Francisco foi ao Museu

Ontem fui com a minha turma fazer uma visita de estudo ao Museu Municipal de Resende.
Fomos ver o ciclo do barro.
Começamos por ver uma exposição de algumas peças feitas pelo artista José Fraga. Essas peças tinham muitas formas e cores, como por exemplo: travessas, jarras, frutos, anjos e até um presépio.
Depois eu e os meus colegas fizemos uma árvore de Natal em barro.
Eu gostei muito desta visita, porque aprendi muitas coisas novas. Fiquei a saber que o barro tem que coser no forno a uma temperatura de 1000 graus.
Fomos ver o ciclo do barro.
Começamos por ver uma exposição de algumas peças feitas pelo artista José Fraga. Essas peças tinham muitas formas e cores, como por exemplo: travessas, jarras, frutos, anjos e até um presépio.
Depois eu e os meus colegas fizemos uma árvore de Natal em barro.
Eu gostei muito desta visita, porque aprendi muitas coisas novas. Fiquei a saber que o barro tem que coser no forno a uma temperatura de 1000 graus.
Texto - Francisco Almeida, Composição sobre ida ao Museu , trabalho 2º ano
Fografia - Site da Câmara Municipal de Resende
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Vacine-se contra o Tétano

Pretende esta campanha aumentar a percentagem de utentes vacinados sobretudo nas faixas etárias entre os 20 e 60 os anos, por serem precisamente o grupo que apresenta uma menor taxa de vacinação e talvez comporte maior risco.
De acordo com as recomendações da DGS consideram-se vacinados apenas, todos os indivíduos que apresentem registo de pelo menos 3 doses, a última das quais administrada há menos de 10 anos.Se não está nas condições atrás referidas dirija-se ao Centro de Saúde e fale com os Enfermeiros, que lhe darão todos os esclarecimentos necessários.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Seja mais rápido do que um AVC
Campanha alerta para a importância de pedir ajuda rapidamente
A valorização atempada de sintomas e o contacto com o número telefónico de emergência 112 podem evitar mortes por AVC e enfarte, lembra uma campanha do Ministério da Saúde que será iniciada terça-feira.
Sob o lema «seja mais rápido que um enfarte e que um AVC», a campanha de sensibilização pública surge na sequência dos programas «via verde» e das metas traçadas para 2010 de redução das taxas de morte por estas doenças.
Através da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares do Alto Comissariado da Saúde (ACS) e com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a campanha visa sensibilizar o público para os sintomas e para o recurso ao número de telefone 112.
Cerca de 70 por cento das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e aproximadamente 80 por cento por enfarte agudo do miocárdio registam-se fora ou antes da chegada ao hospital, por os doentes desvalorizarem os sinais e pedirem ajuda tardiamente, segundo o ACS.
Para contrariar estes números, foram criadas as vias verdes para os doentes chegarem de forma mais rápida e ao tratamento adequado, assim como para disporem da intervenção do INEM.
Entre outras informações é referido que quando há «falta de força num braço, a boca de lado ou dificuldade em falar» deve ligar-se imediatamente para o 112, por poder tratar-se de um AVC.
Sobre o enfarte, os sinais de alarme referidos são dor no peito, que se estende ao pescoço, queixo, braços ou costas, a que se junta mal-estar, suor frio, sensação de náusea ou vómitos.
A campanha inclui por exemplo cartazes, distribuição de folhetos, publicidade em multibancos, rádios e televisão.
A valorização atempada de sintomas e o contacto com o número telefónico de emergência 112 podem evitar mortes por AVC e enfarte, lembra uma campanha do Ministério da Saúde que será iniciada terça-feira.
Sob o lema «seja mais rápido que um enfarte e que um AVC», a campanha de sensibilização pública surge na sequência dos programas «via verde» e das metas traçadas para 2010 de redução das taxas de morte por estas doenças.
Através da Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares do Alto Comissariado da Saúde (ACS) e com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a campanha visa sensibilizar o público para os sintomas e para o recurso ao número de telefone 112.
Cerca de 70 por cento das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e aproximadamente 80 por cento por enfarte agudo do miocárdio registam-se fora ou antes da chegada ao hospital, por os doentes desvalorizarem os sinais e pedirem ajuda tardiamente, segundo o ACS.
Para contrariar estes números, foram criadas as vias verdes para os doentes chegarem de forma mais rápida e ao tratamento adequado, assim como para disporem da intervenção do INEM.
Entre outras informações é referido que quando há «falta de força num braço, a boca de lado ou dificuldade em falar» deve ligar-se imediatamente para o 112, por poder tratar-se de um AVC.
Sobre o enfarte, os sinais de alarme referidos são dor no peito, que se estende ao pescoço, queixo, braços ou costas, a que se junta mal-estar, suor frio, sensação de náusea ou vómitos.
A campanha inclui por exemplo cartazes, distribuição de folhetos, publicidade em multibancos, rádios e televisão.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
Peninsula das Meadas.
A serra das Meadas transforma-se por instantes em peninsula,entrando num mar de doce calmaria.
Apetece pegar numa qualquer nau catrineta e navegar neste mar de algodão doce para destino incerto.
A serra encarna, estas belezas que nas asas do sonho nos transportam a outras dimensões..
Fotografias- São Cristóvão 20-01- 08
sábado, 19 de janeiro de 2008
Da janela da Maria David
Vejo Santa cruz do Douro,
Vejo o rio Douro
Vejo as suas águas serenas.
Vejo esta linda paisagem ,
Muito apreciadas pelos turistas
Que durante todo o ano
Se passeiam por estas águas ,
Apreciando estas belezas .
Da janela do meu quarto
Vejo todas as manhãs,
Um pescador a recolher as redes ,
Carregadas de peixe
Da janela do meu quarto
Vejo nas noites límpidas de Verão
O brilho das estrelas a reflectir-se
Nas águas calmas e silenciosas do rio
Da janela do meu quarto
Tenho a mais bonita paisagem
Do meu mundo.
Maria David, trabalho do 4ºAno, 26-02-07
Da janela do meu quarto
Vejo nas noites límpidas de Verão
O brilho das estrelas a reflectir-se
Nas águas calmas e silenciosas do rio
Da janela do meu quarto
Tenho a mais bonita paisagem
Do meu mundo.
Maria David, trabalho do 4ºAno, 26-02-07
Fotografia,tirada das Bravas em 12 de Janeiro 07
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Eça continua actual, decorrido mais de um século.
Esta crónica, foi extraida da obra de Eça de Queiroz “ Uma Campanha Alegre” de "AS FARPAS",que remonta a Junho de 1871.
Lendo-a,pensativamente,deparei-me com este trecho ,o qual me dá a sensação, que estou a fazer uma leitura muito actual.
Questiono-me ?Será a história que se repete?
Provávelmente não ,serão meras coincidências.
"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja esclarecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo esta na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima para baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce… O comércio definha. A indústria enfraquece, o salário diminui. A renda diminui. O estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo."
Eça de Queiroz, in Uma Campanha Alegre de as "FARPAS"
Lendo-a,pensativamente,deparei-me com este trecho ,o qual me dá a sensação, que estou a fazer uma leitura muito actual.
Questiono-me ?Será a história que se repete?
Provávelmente não ,serão meras coincidências.
"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja esclarecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo esta na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima para baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce… O comércio definha. A indústria enfraquece, o salário diminui. A renda diminui. O estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo."
Eça de Queiroz, in Uma Campanha Alegre de as "FARPAS"
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
GOLPE DE VISTA
Ou um Ponto de Vista com miradouro?
Dependerá, obviamente, do ângulo de visão, da opinião, distracção ou apenas confusão do autor.
Imagem - Fotografia. Canizes. 24.10.07
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
RESTAURAR . UMA BOA APOSTA
É na minha opinião um bom exemplo de amor à terra que nos viu nascer e sem dúvida um exemplo que mais Felgueirenses poderão seguir.
Quando à imaginação se alia bom gosto, o produto final poderá ser bem melhor do que arrombar e fazer de novo.
Aos que nos últimos tempos ,remando um pouco contra a maré , impedindo que o legado dos que nos precederam fosse destruído só posso como Felgueirense que ama este torrão natal manifestar admiração e o meu muito obrigado.
Imagem - Fotografia tirada em Novembro "casa da fonte"
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
OS MEUS VIZINHOS DE INVERNO
Chegaram os meus vizinhos de Inverno.
Refiro-me aos patos, vindos de longínquas terras frias da Europa, eles aparecem, lá por cima do céu enevoado das Caldas de Arêgos, na típica formação em “V”, em grupo grasnando,um após o outro aportando aqui defronte às Bravas.
Todos os anos sensivelmente por esta altura é com regalo que os vejo por aqui ,bem perto da margem ,eles mergulham, levantam voo, para voltar a poisar, tornar a mergulhar num frenesim constante que animam o rio em dias de calmaria.
Dia após dia repetem os mesmos gestos como se de rituais se tratasse e como se aqui sempre tivessem vivido.
Por cá costumam ficar até lá para Março e como chegaram sem avisar, da mesma forma demandam outras latitudes, como sempre fizeram e continuaram a fazer.
Refiro-me aos patos, vindos de longínquas terras frias da Europa, eles aparecem, lá por cima do céu enevoado das Caldas de Arêgos, na típica formação em “V”, em grupo grasnando,um após o outro aportando aqui defronte às Bravas.
Todos os anos sensivelmente por esta altura é com regalo que os vejo por aqui ,bem perto da margem ,eles mergulham, levantam voo, para voltar a poisar, tornar a mergulhar num frenesim constante que animam o rio em dias de calmaria.
Dia após dia repetem os mesmos gestos como se de rituais se tratasse e como se aqui sempre tivessem vivido.
Por cá costumam ficar até lá para Março e como chegaram sem avisar, da mesma forma demandam outras latitudes, como sempre fizeram e continuaram a fazer.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
MINIATURA
Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança, também …
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui sabe-me bem.
É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
À pureza da semente.
MIGUEL TORGA in DIÁRIO VIII
sábado, 5 de janeiro de 2008
Cantar os Reis, ainda é tradição...
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
E tu ainda fumas?

Com a entrada em vigor da nova lei do tabaco julgo ser uma oportunidade soberana ,para os ainda fumadores passarem a ser Ex-Fumadores e deixar de vez tão nefasto vício.
Deixo o meu testemunho de um fumador de cerca de três maços por dia durante mais de trinta anos,não tendo sido fácil terminar,também não foi assim tão dificíl.Basta apenas ter vontade.
Quando finalmente se consegue deixar ,olhamos para trás e interrogamo-nos como fomos capazes de fumar.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Caçar nos Cadavais
Tudo tem servido e hoje decidi ver fotografias fixei-me nesta dos Cadavais , o meu sitio predilecto para caçar e foi com alguma nostalgia que recuei alguns anos no tempo e vieram-me à memória dias em que de caçadeira ao ombro calcorreava todo este terreno à procura de perdizes.
Recordo uma vez em que levei um amigo (Ortopedista) a caçar comigo e que devido à inclinação do local me dizia que tinha uma perna mais comprida que a outra.
Bons tempos em que manhãzinha saia de Felgueiras a pé e como se dizia fazia uma ala a meia encosta até à Ladreda, subia à Barraca, continuava serra adiante até à Regadinha e vinha merendar ao São Cristóvão e conforme o sortilégio da caça repetia o percurso.
Bons tempos em que as pernas, ajudavam a calcorrear, estas paragens.
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